E agora, após mostrar algumas das beldades de Gravatá, nós iremos para os detalhes e coisas que foram bastante perceptíveis. Acho que o que mais nos chamou a atenção foi, sem dúvidas, o frio de Gravatá. Já visitamos lugares mais frios fora do Brasil e dentro também, mas Gravatá é excepcional por quanto o frio a veste como um perfeito traje.
Outra coisa foi a quantidade imensa de arquitetura rustica e cheia de madeiras, brancos e amarronzados. O clima chegava a ser excessivamente romântico, fazendo de Gravatá um local muito único.
E então chegamos aos quesitos problemas. Uma coisa que surpreendeu foi o chamado (e já visto por nós) "jeitinho brasileiro". Um eufemismo para as artimanhas que os brasileiros costumam arranjar para alcançar a solução dos seus problemas. Tudo no Brasil é fila - e como passamos muito tempo, visitamos locais em que a fila era prejudicial e recheada de espertos prontos para entrarem no meio na primeira oportunidade.
No aeroporto, por exemplo, eu e Aléxia (as pessoas que mais passaram tempo em fila) passamos por uma má situação na qual uma brasileira entrou na nossa frente. E quando fomos nos colocar a frente dela para a devolução do nosso lugar, a recepcionista falou um interessante "senhora, pode vir" e nós prontamente nos adiantamos. Mas para a nossa surpresa, recebemos um "não, desculpe, é a senhora que está com a criança". Criança lê-se um jovem de no mínimo 18 anos de idade - e digo isso pois sua namorada estava esperando os dois do outro lado e ele era mais alto do que eu e Aléxia juntas.
No tempo que passamos lá, em uma quinta-feira, também ocorreram manifestações por melhor educação. A mobilização tinha como objetivo apresentar os principais problemas vivenciados por alunos, funcionários e professores.
Mas foi aí também que começamos a procurar sobre a educação no Brasil e percebemos o quão desvalorizada ela é. É plausível o motivo do Brasil ter ficado em 60ª lugar na área da educação, junto a tantos outros países sul-americanos. Nada mais do que muito bem merecido. E o protesto também. Havia variados cartazes, inclusive um que dizia "nossa arma é a união". Achamos linda a iniciativa, indiscutivelmente admirável, até por vir de tão novos.
Também assistimos outra luta constante do povo de Gravatá (em um bairro que nem eu nem os outros lembram do nome): buracos e esgotos. A prefeitura havia acabado de iniciar um fechamento e construção respecitvamente de uma vala e um canal. A vala media mais de 120 metros! O problema estava enorme, trazendo uma quantidade considerável de insetos e com isso doenças. Acabamos sabendo que ele já havia dado uma desculpa relacionado a isso com um prazo de 20 dias para resolver (descumprido) e agora havia reativado a tentativa de conserto. O cheiro era detestável e nos sentimos inseguros diante da situação. É deplorável expor a população a um tipo de humilhação como essa, onde pagar impostos reverte em assistir esgotos.
A violência também cresce. Em dois dias que estivemos lá assistimos a um jornal que revelava o corpo de um homem de trinta anos encontrado na residência onde morava, em tal "Comunidade do CAIC". A morte foi a facadas, causada por uma briga besta. Também houve homem baleado nas costas, entre outras situações que nos deixaram até com medo de continuar visitando outros lugares. Talvez seja o descostume, não sei. Sei que, por mais lindos que fossem os locais relatados, o grupo inteiro não deseja voltar lá por medo.
Mas esse ainda não é o pior problema de Gravatá. O atual maior problema é a falta de água. Ficamos sabendo por terceiros que já existe até calendário de abastecimento em formato de rodízio! A situação de abastecimento no bairro é crítica. Eles são abastecidos durante quarenta e oito horas e, após isso, passam dez dias sem água.
Eu sei que você pode estar pensando que mais criticamos do que qualificamos. Mas ao passar dos dias os problemas foram mais gritantes do que as qualidades. Não poderemos nunca mentir sobre isso.
Mas esse ainda não é o pior problema de Gravatá. O atual maior problema é a falta de água. Ficamos sabendo por terceiros que já existe até calendário de abastecimento em formato de rodízio! A situação de abastecimento no bairro é crítica. Eles são abastecidos durante quarenta e oito horas e, após isso, passam dez dias sem água.
Eu sei que você pode estar pensando que mais criticamos do que qualificamos. Mas ao passar dos dias os problemas foram mais gritantes do que as qualidades. Não poderemos nunca mentir sobre isso.